
Da partedo maligno, surge o desafio para que Deus remova a protção e veja que Jó começará a amaldiçoá-lo. À medida que a história se desenrola, os sofrimentos de Jó aumentam rapidamente, de mal a pior. Seus sofrimentos se tornam tão intensos, que ele se vê assentado em cinzas, amaldiçoando o dia de seu nascimento e clamando com dores incessantes. O seu sofrimento é tão profundo que até a sua esposa o aconselha a amaldiçoar a Deus, para que morrsse e ficasse livre de sua agonia. Na continuação da história, desdobram-se os conselhos que os amigos de Jó lhe deram - Elifaz, Bildade e Zofar. O testemunho deles mostra quão vazia e superficial era a sua lealdade a Jó e quão presunçosos eram em presumir que o sofrimento indiscritível de Jó tinha de fundamentar-se numa degeneração radical do seu caráter.
Eliú fez discursos que traziam consigo alguns elementos da sabedoria bíblica. Todavia, a sabedoria final encontrada neste livro não provém dos amigos de Jó, nem de Eliu, e sim do próprio Deus. Quando Jó exige uma resposta de Deus, este lhe respondem com esta repreensão: "Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem con hecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber" (jó 38.2,3). O que resulta desta repreensão é o mais vigoroso questionamento já feito pelo Criador a um ser humano. A princípio, pode parecer que Deus estava pressionando Jó, visto que Ele diz: "Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? (v.4). Deus levanta uma pergunta após outra, e, com suas perguntas, reitera a inferioridade e subordinação de Jó. Deus continua a fazer perguntas a respeito da habilidade de Jó em fazer coisas que lhe eram impossíveis, mas que Ele podia fazer. Por ultimo, Jó confessa que isso era maravilhoso demais. Ele disse: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (42.5-6).
Neste drama, é digno observar que Deus não fala diretamente a Jó. Ele não diz: "Jó, a razão por que você está sofrendo é esta ou aquela". Pelo contrário, no mistério deste profundo sorfrimento, Deus responde a Jó revelando-se a si mesmo. Esta é a questão do sofrimento - a resposta não é por que tenho de sofrer deste modo particular, nesta época ou circunstância específicas, e sim em que repousa a minha esperança em meio ao sofrimento.
A resposta a essa questão provém claramente da sabedoria do livro de Jó: o temor do Senhor, o respeito e a reverência diante de Deus, é o princípío da sabedoria. Quando estamos desnorteados e confusos por coisas que nãoentendemeos neste mundo, não devemos buscar respostas especificas para questões específicas, e sim buscar conhecer a Deus em sua santidade, em sua justiça e em sua misericórdia. Esta é a sabedoria de Deus que se acha no livro de Jó.
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