"Quem despreza a pregação despreza a Deus, porque Ele não fala por novas revelações do céu, mas pela voz de seus ministros, a quem confiou a pregação da sua Palavra". J. Calvino


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sábado, 17 de julho de 2010

O Bom Combate

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"Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firme nelas, o bom combate, mantendo a fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé". I Tm 1.18-19.  

 Todos nós temos nossa filosofia de vida. A história denuncia o crescimento das populações e suas formas de subsistência. A diversidade cultura proposta pelo tempo, as inúmeras manifestações politicas, sociais, estudantis, fazem com que os homens tenham uma noção daquilo que é "correto" para se apoiarem e defenderem suas ideologias. 

Olhando e analisando o contexto escriturístico, encontramos um jovem que estava disposto a se gastar no exercício do seu dever: pastor. Timóteo foi um jovem brilhante e mui especial. Nasceu e cresceu num berço revestido da graça de Deus e do santo temor à Deus, através da sua avó Lóide e sua mãe Eunice, que em ambas habitavam uma fé sem fingimento(2 Tm 1.5). Cresceu em torno dessa filosofia: servir à Deus de forma piedosa e prática. 

Não temos como mudar os desígnios de Deus, uma vez decretado, assim acontecerá. A história da Igreja nos traz exemplos vivos de como Deus atuou, quando vocacionou os seus servos para a tarefa tão preciosa, dando-lhes condições suficientes para poderem suportar todos os tipos de adversidades e tentações provenientes de uma escolha soberana e indiscutível, que não acrescenta dores ou insatifações. As implicações do reino de Deus na vida dos seus servos são, a princípio, recheadas de puro contentamento, mas com o passar do tempo, logo percebemos que, não é tão simples como pensamos. Somos provados como que pelo fogo; somos testados diuturnamente; sacudidos, até cair a última máscara que resta do velho homem com suas artimanhas e enganos. 

O nosso combate não é recheado de pontas soltas, como alguém que desfere golpes no ar. Em vista disso, encontramos determinados personagens do meio evangélico usando de artifícios enganosos, afim de qualquer modo conquistarem o seu lugar ao sol, como diz o popular. Mas, sabemos que existe uma guerra interna que não é de todo fácil de guerrear: o bom combate.  

O apóstolo Paulo, instruindo o seu verdadeiro filho na fé, Timóteo, o aconselha a tomar posse das virtudes espirituais que aprendeu tanto de sua família, quanto da parte do dele. A responsabilidade que Timóteo estava assumindo, não era muito fácil. Pastorear uma grande igreja situada em uma das maiores cidades da época, Éfeso. Cidade populosa e grande centro de crescimento e riqueza. Pensamos: "Que desafio!" Mas aquele jovem estava proto para combater esse combate, não apoiado em suas forças, mas nas promessas de Deus.  

Formar uma igreja sadia e compremetida com a verdade de Deus,  era a  grande tarefa para Timóteo. Cuidar de grupo de pessoas que carecia de instrução baseada na revelação do Senhor.  

Eis a razão da existência das chamadas por nós, igrejas reformadas e conservadoras. Manter firme as convicções biblicas, é um grande desafio pra nós. Muitos tem se deixado levar por invações deste século, não sabendo ou sabendo , quem incorrem em perigo: o afastamento e distanciamento da graça de Deus. Inúmeras pessoas tem de fato, naufragado na fé, ou seja, não estão procurando água na fonte certa, na fonte que mata a sede: Jesus. A preferência de muitos tem se constituído de uma falsa espiritualidade revestida de traços puramente humanos, onde se dar  mais crédito aquilo que é conveniente, do que na propria revelação de Deus.  
Com Timóteo foi diferente. Tinha seus temores como nós também temos. Sabia de sua pequenez diante de Deus tão imponente e grandioso. Mas Deus não convoca para a peleja alguém que esteja sem condições, de pelo menos de sustentar um simples escudo e uma pequena espada. Timóteo foi comissionado para ser um plantador da boa semente: a Palavra. Trazer esperança para o desesperado; luz, ao que estava em trevas espirituais; direção, ao perdido; fé, aos incrédulos e inconstantes.

Portanto, nunca percamos de vista as trincheiras de nossa batalha, pois as armas da nossa milicia são poderosas em Deus. O nosso alvo é Cristo e este crucificado. Levar a proposta do evangelho aos corações dos homens ainda é nosso combate. Portanto, o primeiro passo para guardar a fé, segundo Paulo, é combater o bom combate. Não é proposta nossa fugir ou nos distanciar da fé que um dia foi entregue aos santos.

Por Presb. Ronicleudo















domingo, 11 de julho de 2010

Os lírios e toda sua beleza


"Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. E, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (Mt.6.28b-29).

Quando paramos para observar a diversidade da criação de Deus, ficamos extremamente perplexos e maravilhados. Nos deparamos com uma sabedoria riquíssima em detalhes e pormenores que nos encantam. Deus em seu infinito beneplácito e bondade, resolveu nos presentear com coisas que trazem e ensinam grandes verdades espirituais, e os lírios são uma delas.

No contexto ao qual Jesus se refere, as muitas advertências nos fazem pensar no maravilhoso e providencial cuidado de Deus. Ele usa as aves como ilustração do cuidado divino em alimentar, e as flores ou os lírios para ilustrar o seu cuidado no vestir(v.28-30). Toda a criação de Deus em toda a sua extensão, recebe um cuidado comum a todos, mas o homem é agraciado de forma especial. As aves tem a sua beleza; os lirios também tem a sua beleza. Os pássaros não trabalham, não semeiam, não colhem, e nem ajuntam em celeiros, contudo o Senhor os alimenta(v26); os lirios não trabalham e nem fiam, mas são revestidos com uma beleza extremamente estonteante e singular(v28-29). Sendo assim, não podemos confiar em Deus que é poderoso para nos alimentar e nos vestir, já que temos muito mais valor do que as aves e as flores? Pois Ele não veste até a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno?

Martinho Lutero discorrendo sobre o assunto, disse: "...ele está fazendo das aves nossos professores e mestres. É uma grande e premanente vergonha para nós o fato de, no Evangelho, um frágil pardal se tornar teólogo e pregador para o mais sábio dentre os homens... Portanto, sempre que você ouvir a voz de um rouxinol, está ouvindo um excelente pregador... É como se ele estivesse dizendo: 'Eu prefiro estar na cozinha do Senhor. Todos os dias ele alimenta e nutre inúmeros passarinhos em sua mão'.  Semelhantemente, Spurgeon também disse: "Maravilhosos lírios, como vocês reprovam o nosso tolo nervosismo!"

Não nos tocam estas singelas rimas?
                      Disse a rolinha ao pardal:
                          "Gostaria de saber
                      Por que os homens, ansiosos,
                           Nunca param de correr!"

                      Respondeu o pardalzinho:
                          "Minha amiga, eu penso assim:
                      Não sabem que o Pai celeste
                           Cuida de ti e de mim!"

Que bela e encantadora figiura. Jesus não disse que as aves dos céus ou os lírios do campo tem um Pai celeste, mas sim que nós o temos, e que, se o Criador cuida de suas criaturas, podemos ter certeza de que o Pai também cuidará de seus filhos.

Como nos encanta o ensino de Jesus! Salomão em toda a sua glória, usufruiu de tudo o que podia e desejava. Vestia-se da melhor roupa e calçava o que de melhor tinha na época. Mas, apesar de toda sua beleza, não se comparava a singularidade e o encantamento dos lírios do campo. Enfim, o que aprendemos com esta ilustração de Jesus? O que nos faz refletir? Será se temos deixado e confiado todos os nossos cuidados nas mãos do Pai celeste? Assim como ele veste os lírios do campo e alimenta as aves do céu, fará o mesmo com todos aqueles que depositam e aguardam o seu exímio e excelente cuidado providencial.

À Deus toda a glória.

(parte do texto extraído dos escritos de Sttot)









segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Incostância dos "constantes"



    "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"   1 Co. 15.58

Um dos maiores problemas que cercam a igreja do Senhor em nosso tempo é o que conheço como "superficialidade". Não foi atoa que o apóstolo Paulo por meio da revelação de Deus chamou a atenção da igreja de Corinto. Uma igreja rica, que possuia todos os dons espirituais, localizada em um dos principais pólos de comércio, inserida em uma cultura muito diversificada, com bastante capacidade de crescimento e expansão, mas que chegou um período em que preciso foi receber de Deus um puxão de orelha, uma exortação e ao mesmo tempo um incentivo para o desenvolvimento espiritual, o cultivo da vida cristã baseada nas páginas da santa bíblia, o retorno as obrigações do cotidiano local com ênfase pricipal  na responsabilidade individual de cada membro daquela comunidade.

Inconstâcia é algo que todos nós já experimentamos em nossa vida. Mas positivamente passo a refletir e concluir que, muitos têm-se deixado levar por este mal. A vida cristã é cercada de incentivos vindos da parte de Deus, temos o auxílio do Espírito Santo como nosso ajudador e consolador, mas mesmo assim, para muitos, parece que é difícil pensar de forma conclusiva que se não agirmos conforme Deus nos instrui, de fato, não temos condições de desfrutarmos de sua bondade e  misericórdia.
    
As circunstâncias de nosso tempo muitas vezes tem ditado o rítmo do nosso serviço à Deus. Muitas são as desculpas, como por exemplo: meu tempo é curto; trabalho demais; tenho casa, filhos para cuidar; faculdade; cursinho, etc. O resultado disso tudo é uma vida cristã pobre devido ao afastamento da comunidade, um esfriamento espirital muitas vezes irreversível.

O que acontece com um grupo de pessoas que não se interessa, não se importa com sua saúde e bem-estar espiritual? Para darmos essa resposta não é preciso queimar muito os neurônios. Basta darmos uma olhada à nossa volta e logo perceberemos a realidade dos fatos: cristãos vulneráveis à crises e tensões da vida moderna.

A maior vitória que graciosamente nos foi dada pelo nosso Deus, foi a salvação de nossas almas, que tão bondosamente nos resgatou da morte eterna (Ef.2.8-9), nos autorizando a entrada nos tabernáculos eternos.

Firmeza e constância é o que Deus requer de nós no que se refere ao seu serviço. Todas as nossas ações e labutas no reino de Deus, por menores que sejam, tem um valor inestimável para Deus, desde que sejam feitas com amor, dedicação, zelo, compreensão, espírito voluntário, servindo com liberalidade e paixão. O grande e absoluto segredo é termos a certeza de que, se estivermos fazendo para o Senhor, estamos no caminho certo e sob a motivação do seu Santo Espírito (Ef.5.19).

Portanto, nunca é tarde para dar meia volta em direção à voz de Deus. Escute sua voz por meio da Palavra. Ouça e sinta o mover do seu Espírito. Deus nos chama a responsabilidade como despenseiros que somos, à retomarmos nossa posição em suas trincheiras, não abrindo mão de pricípios que consideramos extremamente fundamentais e imprescindíveis para um viver santo, irrepreensível, e acima de tudo, agradável à Ele. 

Neste momento, estou ouvindo a bela música do Grupo Logos: Mão no Arado, sei que você a conhece. E quem não a conhece? A parábola que a musica se refere ilustra muito bem o que até aqui tenho exposto para nossa reflexão. Como disse o famoso pregador congregacional  Jonatan Edwards : "Luz na cabeça e fogo no coração", quando referia-se ao exercício da vida cristã e da fidelidade a Deus em fazer evidenciar a vocação daqueles que por ELE foram chamados para viverem de acordo com as premissas e bem-aventuranças do reino de Deus. No reino de Deus não existe grande ou pequeno, preto ou branco, rico ou pobre, todos fazemos parte daquela grande multidão descrita pelo apóstolo João em Apocalípse, multidão esta que brevemente habitará à nova morada celestial (Jo.14).


     Que Deus em Cristo nos bençõe.