"Quem despreza a pregação despreza a Deus, porque Ele não fala por novas revelações do céu, mas pela voz de seus ministros, a quem confiou a pregação da sua Palavra". J. Calvino


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sexta-feira, 18 de junho de 2010

A bem-aventurança dos que choram: o consolo.



Jesus observando as multidões disse:   
"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados" Mt 5.4. 
   Que espécie de tristeza é essa que pode produzir a alegria da bênção de Cristo naqueles que a sentem?  Analisando o contexto está claro que aqueles que receberam a promessa do consolo não são, em primeiro lugar, os que choram a perda de uma pessoa querida, mas aqueles que choram a perda de sua inocência, de sua justiça, de seu respeito próprio, ou como chamamos na teologia reformada, aquele que reconhece que é penitente (pecador). Cristo não se refere à tristeza do luto, mas à do arrependimento.                                                                                             Este é o segundo estágio da bênção. Uma coisa é ser espiritualmente pobre e reconhecê-lo; outra é entristecer-se e chorar por causa disto. Confissão é uma coisa, contrição é outra. 
   Precisamos notar que a vida cristã, de acordo com Jesus, não é só de alegria e de risos. Há cristãos que parecem imaginar, especialmente se estão cheios do Espírito Santo, que devem exibir um sorriso perpétuo no rosto e viver continuamente exuberantes e borbulhantes. Que atitude antibíblica! A verdade é que existem lágrimas cristãs, mas são poucos os que as vertem.  
   Jesus chorou pelos pecados de outros, pelas amargas consequencias que trariam no juízo e na morte, e pela cidade impenitente que não o receberia. Nós também deveríamos chorar mais pela maldade do mundo, como os homens piedosos dos tempos bíblicos. 
   Mas não são apenas os pecados dos outros que deveriam nos levar às lágrimas, pois temos os nossos próprios pecados para chorar. Homens brilhantes da história bíblica, como os salmistas, Ezequiel, Paulo também passaram por problemas e momentos, tanto pessoais como coletivos. Ou será que eles nunca se entriteceram? Será que Thomas Cranmer exagerou quando, num culto comemorativo  a ceia do Senhor, em 1662, colocou nos lábios das pessoas da igreja as palavras :"Reconhecemos e lamentamos nossos múltiplos pecados e maldades"? Será que Paulo errou quando disse : "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?. Penso que não. Temo que os cristãos evangélicos, exagerando a graça, às vezes fazem pouco do pecado por causa disso. Não existe suficiente tristeza por causa do pecado entre nós.  David Brainerd, missionário entre os índios americanos escreveu em seu diário, em 18 de outubro de 1740, as seguinets palavras: " Em minhas devoções matinais minha alma desfez-se em lágrimas, e chorou amargamente por causa da minha extrema maldade e vileza". Lágrimas como estas são a água santa que se diz Deus guardar em seu odre.
    Tais pessoas que choram, que lamentam a sua própria maldade, serão consoladas pelo único consolo que pode aliviar o seu desespero, isto é, o perdão da graça de Deus. "O maior de todos os consolos é a absolvição anunciada sobre cada pecador contrito que chora". " Consolação" de acordo com os profetas do Velho Testamento, seria uma das missões do Messias. Ele seria o "Consolador" que curaria "os quebrantados de coração". Por isso, homens piedosos como Simeão esperavam ansiosos " a consolação de Israel"(Lc 2.25). E Cristo derrama óleo sobre nossas feridas e concede paz às nossas consciências magoadas e marcadas. Mas ainda choramos pela devastação do sofrimento e da morte que o pecado alastra pelo mundo inteiro! Só no estado final de glória o consolo de Cristo será completo, pois só então o pecado não existirá mais e "Deus lhes enxugará dos olhos toda  lágrima"(Ap 7.17).
    Um exemplo claro do reconhecimento do pecado(penitência) e da necessidade do arrependimento é a parábola do fariseu e do publicano em Lucas 18.9-14, onde o fariseu arrogante e presunçoso ignora o seu pecado e o publicano conscientemente não ousa aproximar-se daquele que é justo e santo, Deus, mas bate no peito e diz apenas poucas palavras: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
    Sensacionalismo, emocionalismo, unção do riso, arrepio santo, e tantas outras fórmulas e artimanhas que tem surgido por aí, não são e nunca foram sinais da presença do Espírito Santo de Deus na vida dos seus servos.


Á Deus toda glória. Amém.

(parte do texto extraído dos escritos de J. Sttot)


Por Presb. Ronicleudo




Um comentário:

Unknown disse...

Obrigado Jesus por teu consolo e por teu espirito que habita em nós pela tua palavra que é a verdade Ó Deus, sê propício a mim, pecador!! irmão fico feliz com tudo que aquí esta expressado deixo minha simples compreenssão e contribuição, Onde sempre falo que o riso é muitas vezes superficial muitas vezes protocolado e fingido mas o choro: lembro do nosso mestre olhando para as multidões e chorando de compaixão porque pareciam ovelhas que não tinham pastor, e a analogia que tenho é esta: que nimguém chora de bonito ou de graça, mais por uma causa ou motivo que muitas vezes pessoas que estão do seu lado não consegue enxergar infelizmente no nosso meio acontece muito disso com relação a conversão pessoas que tinha comunhão quando estavam debaixo da ira de Deus com "crentes" e esses "crentes" também, mais hoje que faz parte da comunidade "evangelica" MISERICORDIA!!! não estão nem aí!!!! em outra ocasião e o que realmente eu lamento extremamente muito com relação ao "pecado" da omissão, da covardia, da negligencia, da falta de zelo para com Deus, da reverência, do abandono da sua palavra, do abandono da comunhão com os irmãos. É realmente eu louvo a Deus por esta postagem onde nos traz uma reflexão seguida de uma introspcção onde devemos parar com estas mininices e olharmos para nós como despreziveis e mizeraveis pecadores que somos, carentes do amor de Deus e darmos as mãos para naquele dia que vamos esta espero!!!! na presença de Deus e neste dia sim, vamos realmente ter motivos para rir e chorar mais é de alegrias. À DEUS TODA GLÓRIA.AMÉM.